segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Análise do poema "Soneto Erótico" de Renan Monteiro

SONETO ERÓTICO

Sentir tua pele na minha é deliciosamente estonteante (A)
Meu sangue ferve quando sua língua percorre meu pescoço em direção ao meu ouvido (B)
Suas mãos me pegando com força me deixam sem sentido (B)
E seu "órgão copulador" dando sinal de vida em minha mão é loucamente excitante.(A)

Adoro abrigar em minha boca seu falo quente e pulsante (A)
Quando tomado pelo prazer você me pede loucuras, não me intimido B)
Já que pelo mesmo sentimento sou possuído (B)
Então, como um devasso, sou inebriado por um frenesi alucinante. (A)

Ser dominado por ti é algo sem igual (C)
É tanto tesão que sai pelos poros, tira-me o ar (D)
Experimento a tal "pequena morte". (E)

Ah meu amor! Como é bom te tocar, te abraçar, te beijar...(D)
Você é meu vício preferido, nossa paixão, minha maior sorte (E)
Ser invadido por você, carnal ou sentimentalmente, é divinal. (C)


(Renan Monteiro)
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O eu-lírico, de maneira geral, descreve as sensações que seu amado lhe desperta quando fazem amor. Como se sabe, a estrutura de um soneto apresenta basicamente 14 versos, divididos em quatro estrofes (dois quartetos e dois tercetos).

Neste soneto, não há a presença de métrica (versos livres), aproximando-o da estética modernista, visto que o soneto clássico obedece a um número determinado de sílabas poéticas. Os padrões de rima estabelecidos são:

1ª estrofe (ABBA)- rimas interpoladas e paralelas
2ª estrofe (ABBA)- rimas interpoladas e paralelas
3ª e 4ª estrofes (CDEDEC)- rimas intercaladas

Uma característica presente no poema é a submissão do eu-lírico diante dos sentimentos que o outro lhe suscita. Palavras como "possuído","dominado" e "invadido" reforçam o aspecto submisso do eu-lírico. Há a referência ao orgasmo na metáfora "pequena morte" (la petite mort, em francês). Segundo a cultura francesa, o clímax sexual seria como morrer um pouco. O uso da hipérbole "tira-me o ar" reforça essa ideia de morte.

No último verso, o eu-lírico deixa evidente que essa submissão não é só carnal, mas sentimental também.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Termologia do Amor

O meu corpo sobre o teu
Fogo ardendo no breu

Até o Alvorecer

Quero sentir seu amor
Inundando o meu ser
Quero por ti viver
Quero por ti morrer

Em cada toque
Sentir o meu corpo arder
Quero ver florescer
Nos olhos teu prazer

Em cada beijo
Eu quero ver nascer
Versos de amor
Em que só há você

Em teus suspiros
Vou me embevecer
Entrar em êxtase, entorpecer

No final quero amar você
Em cada curva
Quero me perder
Sentir-me teu
Até o alvorecer

Da Primeira Vez

Em cada carícia que eu fizer
Em cada beijo que eu te der
Será intensa nossa paixão
Será a perfeita conjunção

Vou penetrar tua inocência
Admirar tua florescência
Quero provar da tua essência
Ser a razão da tua existência

Vou te levar ao firmamento
E se quiser ficamos lá
Eternizando este momento
Vem em meus braços repousar

La Petite Mort

Fecho os olhos e te vejo
Perdida em meus pensamentos
És minha fonte de desejo
És o maior dos meus intentos

Anseio o teu corpo desnudo
A tua beleza revelada
Que será meu objeto de estudo
Que será minha perfeita morada

Teremos noites sublimes de amor
Ao som de suspiros e gemidos
Nossos poros irradiando calor
Na tangência dos corpos unidos

Quando não for possível conter
A explosão da libido pulsante
Vamos num segundo então morrer
E reviver no mesmo instante

Volúpia Incontida

Quero te ter invadindo o meu ser
Me possuindo com inefável prazer
Me inebriando com tua lascívia animal
Me penetrando com teu olhar sensual

Entregue a ti e sem forças para resistir
Na tua cama, como uma presa abatida
Me subjugue, faço o que me pedir
Derrame em mim tua volúpia incontida

Embaixo dos Lençóis

Embaixo dos lençóis
Nossos corpos despidos
E acima de nós
Nosso amor refletido
O silêncio algoz
Cede lugar aos gemidos
É a explosão de mil sóis
Quando estamos fundidos